Há uma demanda crescente por atrativos e estimulantes para pet food, para as rações mais rapidamente identificadas, mais palatáveis e ingeridas a uma taxa mais alta.
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O significativo aumento do número de adoções de cães e gatos nos últimos 3 anos incidiu na expansão do mercado pet food, que manteve altos índices de crescimento em 2022. No segmento de ração animal global, pet food teve o melhor desempenho em volume produzido, com 7,25% de aumento. Dentre os países da América Latina, esse crescimento foi de 19%, aproximadamente 1,5 milhões de toneladas a mais.
Muito se fala sobre a “humanização” dos pets. Segundo pesquisa da Radar Pet, 56% dos tutores os consideram como filhos ou membros da família. E estão cada vez mais preocupados em dar o melhor para seus companheiros. De acordo com a Mintel, 45% dos donos preferem alimentos premium e livre de conservantes. Em resposta a essa demanda, lançamentos de produtos sem aditivos e conservantes dobraram nos últimos 5 anos.
Palatabilidade
Hoje estão disponíveis no mercado uma grande oferta de aditivos aromatizantes e palatabilizantes que cumprem com a tarefa de adicionar sabor às rações, deixando-as mais atrativas, além de potencializar o efeito “first choice”. Curiosamente, um dos primeiros ingredientes utilizados com esta função foi o açúcar, que está muito distante da preferência atual dos consumidores.
Em matéria de focinhos, palatabilizantes de qualidade são essenciais para a produção de uma ração atraente e adequada às particularidades de cada espécie. O uso deste recurso pode contribuir para o aumento da ingestão, aumentar a secreção salivar, e até mascarar odores não apreciados. E uma das formas de atingir um alto nível de qualidade em palatabilizantes é por meio da utilização de enzimas.
Inovação em ingredientes
É um desafio transformar coprodutos de origem animal em proteínas de alta qualidade e que também sejam saborosas. As enzimas auxiliam na transformação de coprodutos bovinos, de aves, de suínos e pescados em hidrolisados, um importante ingrediente em pet food. Elas são proteínas naturais que atuam como catalisadores biológicos para transformar reações químicas. Nos alimentos para animais de estimação, as enzimas podem aprimorar o perfil de sabor, além de apoiar os alimentos orgânicos e de qualidade humana uma vez que são habilmente projetadas para manter seus benefícios naturais à medida que maximizam outros ganhos. Naturalidade vantajosa na busca de rótulos mais limpos.
Os hidrolisados enzimáticos têm diversas aplicações e são frequentemente usados no recobrimento de rações secas para incremento da palatabilidade e em alimentos úmidos como um sistema de sabor geral.
Com o uso de enzimas, a partir de uma matéria-prima proteica é possível gerar diferentes perfis de hidrolisados em relação a sabor e quantidade de aminoácidos livres. Glutaminases, por exemplo, são capazes de gerar hidrolisados proteicos com sabor umami premium com alto nível de aminoácidos livres.
O uso de endopeptidase é um bom exemplo de aplicação para geração de sabor. Ela hidrolisa grandes moléculas proteicas, reduz o tamanho dos peptídeos e, associado a outras classes enzimáticas, consegue gerar aminoácidos livres. Alguns dos pequenos peptídeos do hidrolisado contribuem para aumentar as notas cárnicas da ração, deixando-a mais atraente. Para alcançar ainda mais sabor umami, uma glutaminase pode ser usada para converter glutamina livre em ácido glutâmico.
Figura 1 – Hidrólise proteica com endoprotease, exopeptidase e glutaminase
Fonte: Novozymes
A figura 2 apresenta o fluxo de produção de palatabilizantes para pet food utilizando coprodutos animais através do uso de enzimas. O esquema de hidrólise (Step 3) pode variar em dosagem, temperatura e tempo para se adequar ao processo existente.
Figura 2 – Fluxograma de produção de pet food e uso de enzimas
Fonte: Novozymes
Graus mais elevados de hidrólise (%DH) podem ser alcançados com uma combinação de enzimas. A Figura 3 ilustra a evolução do grau de hidrólise com o uso de diferentes enzimas individuais ou uma combinação sinérgica entre elas. Neste exemplo, a hidrólise ocorreu durante quatro horas a 50°C e a um pH inicial de 7,0.
Figura 3 – Hidrólise usando diferentes proteases da Novozymes em seu pH e sua temperatura ideais
Fonte: Novozymes
A hidrólise atinge um platô quando os peptídeos são muito pequenos para uma afinidade contínua pelo local ativo da enzima. Ao combinar enzimas, o grau de hidrólise pode subir para mais de 50% em alguns casos, gerando aminoácidos livres a partir da extremidade terminal de cada novo peptídeo criado. Há um limite teórico para o %DH com essa combinação, pois alguns aminoácidos podem bloquear a ação da exopeptidase em função do tamanho, da carga ou polaridade do aminoácido.
Estudo de caso
Num estudo realizado com o objetivo de melhorar a palatabilidade de uma ração seca por meio de uma hidrólise de corações, fígados e pulmões de frango (CHLL) foram utilizados 1 kg da protease Protamex® por tonelada de matéria-prima com condições de hidrólise de 30 minutos a 60°C. Verificou-se uma melhora da liquefação e eliminação da necessidade de emulsificação mecânica. Os testes de palatabilidade com 20 cães realizados durante 4 dias indicaram que há uma preferência significativa pela ração tratada com enzimas em relação à ração de controle.
Além da intensificação do sabor e da cor dos alimentos para pets, outro benefício está na facilidade do processo de produção. Quando se utilizam enzimas geradoras de sabor ou mascaradoras de amargor nos alimentos para pets, se cria um perfil de sabor que pode diferenciar a sua marca. Alimentos premium mais saborosos conquistam a fidelidade dos humanos e consumidores à marca, o que, no fim das contas, melhora os resultados do negócio. Ainda, para as empresas de processamento de carne, as enzimas de otimização de processo podem auxiliar no aproveitamento máximo de recursos. Elas hidrolisam coprodutos animais, ajudando a gerar uma nova fonte de renda com alto valor agregado.
Para inovar no portfólio de pet food entre em contato pelo [email protected]
Sobre as autoras
Na divisão de alimentos e bebidas da Novozymes América do Sul, Fernanda Akemi Ito lidera projetos na área de ingredientes proteicos como especialista técnica industrial, e Ana Paula Mandu busca os melhores insight de mercado como analista de marketing.
