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Equipamentos Pet Food que resistem ao tempo

Nos pontos das plantas onde as novas características de fabricação de Pet Food passaram a se fazer presentes, é importante analisar e buscar o que pode ser feito para corrigir equipamentos ou procedimentos que contribuam para que a indústria absorva as novas exigências que surgem, seja por custo de formulação, uso de novos ingredientes ou por requisito do próprio mercado.

A indústria de Pet Food teve seu início como uma extensão das plantas de alimentos para animais de produção (aves, suínos, bovinos, etc), pois utilizava basicamente plantas com total semelhança de processos.

A diferença essencial era no tocante a um processo de cozimento contínuo, necessário à modificação do amido contido na formulação dos novos produtos, agora destinados a cães e gatos. Esse novo processamento passou a contar com as Extrusoras, acompanhadas pelos equipamentos:

– Pré Condicionadores (que preparam a mistura com umidade e calor).
– Secadores (que corrigem o teor de umidade após a extrusão).
– Resfriadores (que ajustam a temperatura dos produtos após a secagem).

O mercado de Petfood evoluiu ao longo desse tempo, e os produtos estão cada vez mais se aproximando das características de alimentos para humanos, com realce para aspectos como:

– Receitas sofisticadas e formatos adequados aos animais a que se destinam.
– Segmentação por fases da existência, raças e tamanhos.
– Ingredientes novos (polpa de beterraba e subprodutos nobres da indústria de alimentos para humanos).
– Embalagens extremamente sofisticadas (quando comparadas às utilizadas no início da indústria de petfood).

Além do processo de Extrusão, exigência fundamental na planta de produção de Pet Food, outros equipamentos passaram por etapas de evolução para se adaptarem às novas exigências apresentadas por um mercado que também evoluiu. O que vemos atualmente no mercado de serviços disponíveis aos “clientes” (os nossos amigos de companhia), com veterinários, clínicas e hospitais oferecendo atendimentos segmentados em várias especialidades médicas, a extensa variedade de acessórios oferecidas nas lojas de produtos para Pets passou a exigir uma similaridade no nível de qualidade dos produtos destinados à sua alimentação.

A indústria de Pet Food, por sua vez, com o advento de novos conceitos de gestão e gerenciamento de processos de fabricação, passou a buscar índices de eficiência e qualidade (redução de não conformidades e retrabalho) que terminam por exigir dos equipamentos requisitos adicionais aos que eram comuns até então.

Como exemplo, as trocas de produtos no processo de produção exigiam interrupções para limpeza de transportadores para que resíduos de um item não “contaminassem” o item subsequente. Níveis de eficiência mais elevados exigem menores tempos improdutivos, como são os devidos à limpeza de transportadores. Atualmente busca-se projetar “layouts” que tenham menor número de transportadores e mesmo estes, que possuam características que exijam menores dificuldades na sua limpeza, por exemplo.

Ainda com relação a tempos improdutivos, o uso mais intensivo de ingredientes de origem animal, por exemplo, exige soluções no seu manuseio que evitem entupimentos de elevadores de canecas, aderência a paredes de fundo de silos, o que pode provocar interrupção da produção.

Outra tendência que se verifica é o aumento de frequência de inclusão de carne fresca durante o processo de extrusão dos produtos. O manuseio desse tipo de ingrediente exige cuidados especiais, como baixa temperatura e sanitização de equipamentos e ambiente da operação.

A característica da Indústria de Petfood, em termos de processo de fabricação, é uma combinação de um processo contínuo com operações intermediárias que ainda tem alguma dependência do padrão de operação. Um exemplo é o resultado de expansão e o formato e acabamento das partículas extrusadas.

Quando uma empresa implanta um sistema de gerenciamento através de controle de eficiência, capacidade e qualidade do produto, o processo contínuo não pode apresentar falha em qualquer etapa pois interrompe a sequência como um todo. A qualidade dos produtos, onde a participação de operadores possa ser fundamental, também deve ser foco de especial atenção.

Assim, nos pontos onde as novas características de fabricação de Pet Food passaram a se fazer presentes, é importante analisar e buscar o que pode ser feito para corrigir equipamentos ou procedimentos que contribuam para que a indústria absorva as novas exigências que surgem, seja por custo de formulação, uso de novos ingredientes ou por requisito do próprio mercado.

E, nesse ponto, nos remetemos ao título deste artigo, que menciona os equipamentos que resistem ao tempo. A indústria de alimentos balanceados para animais teve suas primeiras plantas de maior porte instaladas no país entre as décadas de 50 e 60 do século passado, às vezes junto a Moinhos de Trigo, com vistas à utilização do farelo de trigo que era disponibilizado de forma contínua.

E, nessas plantas, alguns equipamentos tinham papel fundamental. Entre eles, e que continuam em operação nas plantas de alimentos para animais de produção e Pet Food até os dias atuais, temos como exemplos:

– Elevadores de canecas
– Transportadores de rosca helicoidal
– Moinhos de martelos

Diante dos comentários que tecemos mais acima, podemos nos perguntar se esses equipamentos não foram ou serão influenciados pelas novas características de operação que mencionamos.

No caso dos Elevadores de canecas, nas etapas de recebimento e armazenagem de grãos, onde os tombadores de caminhões despejam até centenas de toneladas de milho, sorgo ou farelo de soja a cada hora, eles são imbatíveis, pelo uso de pouca potência para operar, considerando os volumes transportados. Os elevadores têm o seu uso dificultado onde há necessidade de limpeza frequente na sua base, por trocas de produtos já no processamento.

Os Transportadores de rosca helicoidal também têm seu uso ainda bastante difundido nas etapas que precedem a dosagem de ingredientes, inclusive nessa operação, quando várias roscas dosadoras preparam as bateladas de produto que serão extrusadas.

Os Moinhos de martelos, por sua vez, se constituem em um caso interessante pois, nas etapas de moagem preliminar dos ingredientes, eles se mantém com a configuração básica durante todo esse tempo que mencionamos, desde o início da operação da plantas de alimentos para animais. Já no caso das plantas de Petfood, a necessidade da moagem com menor textura para uma extrusão melhor, levou a um considerável aumento nas dimensões do equipamento e da potência para o seu acionamento. Alguns fabricantes implementaram algumas alterações na configuração tida como padrão, para proporcionar outras alternativas. Sistemas de exaustão foram também ajustados, com o objetivo de conseguir bons rendimentos sem aumentar demais a potência. Mas, fundamentalmente, o conceito básico se mantém o mesmo desde há muito tempo.
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Por: Antonio P. Rubega
Antonio P. Rubega é engenheiro mecânico formado pela UNICAMP e diretor da PROMEP – Com. de Máq. e Equipamentos.

PROIBIDO A REPRODUÇÃO PARCIAL E/OU TOTAL SEM AUTORIZAÇÃO DA EDITORA STILO.
ARTIGO EXCLUSIVO DA EDITORA STILO – REVISTA PET FOOD BRASIL

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