Cobasi – Uma potência no universo pet
Por: Lia Freire
Pioneira no conceito de megaloja com produtos para pet, casa e jardim, e considerada nesta área, a segunda maior rede do País, a Cobasi tem mais de 140 lojas distribuídas em 12 estados no Brasil, que oferecem mais de 20 mil produtos. A empresa entrega, também, comodidade de compra com seu e-commerce e aplicativo próprios. Certificada como Great Place to Work, investe na capacitação dos seus colaboradores e, com isso, tem o propósito de entregar uma experiência única aos clientes. Ampliando seu ecossistema de negócios, em 2021 adquiriu a empresa Pet Anjo, plataforma que oferece a intermediação de serviços como dog walker, pet sitter, hospedagem e daycare.
Para falar sobre o mercado pet food, a importância da categoria nos negócios da empresa, a relação com o mercado e as perspectivas para a área, entrevistamos o Gerente Comercial da Cobasi, Fausto Pereira.
Revista Pet Food Brasil – Qual é a importância para os negócios da Cobasi a categoria de rações para pets?
Fausto Pereira – Hoje, a categoria de pet food representa mais de 50% das vendas da Cobasi. Mas no mercado, em geral, a representatividade da categoria passa de 60%, em pequenos pet shops, por exemplo. Como a Cobasi oferece mais variedade de produtos, acaba equilibrando melhor a importância do pet food dentro do negócio.
Revista Pet Food Brasil – A categoria é composta por aproximadamente quantos itens e quais tipos de rações?
Fausto Pereira – Temos mais de 2 mil SKUs ativos na categoria de alimentos para animais e dividimos em alimento para cada tipo de animal, como gato, cachorro, roedor, aves e peixes. Na ração para cão e gato nós categorizamos em Standard, Premium, Super Premium e Natural e temos também petiscos, biscoitos, enlatados e sachês.
Revista Pet Food Brasil – Quais as opções de rações mais procuradas pelos clientes da Cobasi?
Fausto Pereira – As rações mais procuradas pelo cliente Cobasi são as de cães e gatos das categorias Premium e Super Premium.
Revista Pet Food Brasil – As demandas vêm sinalizando alguma nova tendência?
Fausto Pereira – A tendência mundial está nas rações mais naturais, sem conservantes químicos, com carne fresca. Além das rações secas, temos a tendência de comida onde o tutor consegue ver os ingredientes como o arroz, os grãos, a carne… A indústria amadureceu e conseguiu produtos para atender essa demanda.
Revista Pet Food Brasil – Como a equipe de compras da empresa se mantém atualizada em relação às novidades e tendências?
Fausto Pereira – A equipe de compras busca atualização constante do sortimento de produto, a indústria concede inputs com os lançamentos e estamos sempre acompanhando. Tem as feiras e eventos que também visitamos e acompanhamos os indicadores de pesquisas. O mercado mundial tem feiras como as que ocorrem em Orlando e na China, nas quais buscamos referências não só na categoria pet food como também a de acessórios.
Revista Pet Food Brasil – Quais são os pré-requisitos considerados para escolher os fornecedores e os tipos de rações que irão compor o portfólio?
Fausto Pereira – Atualmente está mais difícil selecionar fornecedores para comercializar seus produtos na Cobasi. Temos 150 lojas e nem todo fornecedor está preparado para atender todas essas unidades, seja por não ter produção suficiente ou processos. O fornecedor precisa ter a capacidade de atender todas as nossas lojas pelo Brasil, precisam estar com as questões fiscais, tributárias todas corretas e ter qualidade nos produtos. A Cobasi tem padrões com os produtos que precisam ser cumpridos para não prejudicar o pet ou o tutor.
Revista Pet Food Brasil – De tempos em tempos fazem uma reavaliação do portfólio? Como funciona este trabalho?
Fausto Pereira – A avaliação do portifólio é constante, analisamos o ciclo de vida de cada produto. Isso mantém o nosso mix sempre atualizado de acordo com a necessidade dos clientes e tendências de mercado.
Revista Pet Food Brasil – A Cobasi está com uma linha própria de ração úmida. O que levou a empresa a adotar esta estratégia?
Fausto Pereira – A estratégia da Cobasi com a marca própria de alimentos, principalmente na ração úmida, é oferecer ao cliente um produto de qualidade, com o preço mais acessível. Nossa estratégia foi buscar fornecedores que pudessem garantir qualidade no produto e provocar a fidelização do cliente. A linha de alimento Origem Natural segue a tendência da alimentação mais natural a cães e gatos. Além da ração em lata Origem Nature, temos os petiscos Origem Natural.
Revista Pet Food Brasil – Como essa linha se posicionará, quais os diferenciais?
Fausto Pereira – Essa linha se posiciona de uma forma que equilibra o custo-benefício, estando mais voltada para o benefício. Ela não será a mais barata, mas também não será a mais cara. É um produto que podemos categorizar como Super Premium. Vamos oferecer um alimento de qualidade por um preço um pouco menor aos produtos de mesma categoria, pensando sempre no bem-estar do pet.
Revista Pet Food Brasil – Qual o propósito da Cobasi com essa linha?
Fausto Pereira – A indústria, às vezes, não vende diretamente para o varejo, elas vendem para distribuidores que comercializam para o varejo acumulando custos até chegar no consumidor. O propósito da Cobasi com essa linha é conseguir levar aos clientes um produto de boa qualidade com um custo menor. Isso está surtindo bastante efeito: em três anos que inicializamos essa marca, que é composta por petisco e alimentação úmida em lata, ela já representa 1/3 das vendas na categoria.
Revista Pet Food Brasil – O que poderia ser melhorado, na opinião da empresa, na relação comercial com as empresas fornecedoras de rações para pets?
Fausto Pereira – O que pode ser melhorado é o amadurecimento das indústrias. Alguns fornecedores ainda não conseguem pensar no sortimento focando o shopper, muitos trabalham voltados basicamente na saúde financeira e capacidade logística. Dentro de nossos canais, focamos no shopper para entender a jornada do cliente e a indústria fornece pouco apoio neste sentido.
Revista Pet Food Brasil – Como avalia a comunicação das marcas de rações pets com os tutores?
Fausto Pereira – Avalio que ainda pode melhorar a comunicação das marcas com os tutores. A indústria trabalha três pilares, o PDV, criadores e veterinários, não existe um pilar claro da indústria em relação a comunicação com o cliente final. A área que mais foca isso é o marketing, mas percebe-se que não há tanta divulgação das marcas em grande mídia para falar com o consumidor. Atendendo os clientes na loja percebemos que o cliente praticamente não entende da importância da nutrição animal e, com isso, cabe a nós do varejo treinar nossos colaboradores para explicar aos clientes a diferença das rações e a importância para os animais.
Há pouco investimento da indústria em relação ao amadurecimento do shopper. A venda de rações Standard é muito alta no Brasil e isso ocorre não somente devido ao preço, mas a falta do conhecimento dos tutores em compreender o que é uma ração Standard, Premium ou Super Premium.
Revista Pet Food Brasil – Quais os tipos de rações para cães e gatos mais procuradas nos últimos
Fausto Pereira – As categorias mais procuradas são a Premium e a Super Premium, seguindo pela Natural e, por último a Standard, tanto para cães, quanto para gatos.
Revista Pet Food Brasil – As marcas com as quais a Cobasi trabalha fazem algum trabalho no PDV para impulsionar os seus produtos ou a própria rede promove ações para os consumidores?
Fausto Pereira – Podemos resumir em duas grandes ações: os promotores de vendas que rodam as lojas para abordar clientes e os veterinários que vão às clínicas SPet para conversar com os veterinários. Além disso, há o investimento no plano de trade da Cobasi.
Revista Pet Food Brasil – Com a pandemia houve mudança no comportamento de compra dos consumidores em relação às aquisições das rações para os pets?
Fausto Pereira – Logo no início houve uma mudança, as pessoas assustadas com o lockdown passaram a comprar sacos maiores de rações, isso foi nos dois primeiros meses da pandemia, depois voltaram ao normal.
O que causou uma mudança foi que muita gente ficou desempregada ou recebeu auxílio emergencial e isso ocasionou o movimento de trade down, onde os consumidores migraram de uma categoria superior de alimentos para uma inferior. Por exemplo, quem dava alimentos da categoria Super Premium, passou a dar Premium. Como estratégia para auxiliar os consumidores, a indústria desenvolveu categorias intermediárias como a High Premium que está entre a Premium e a Super Premium e o desenvolvimento de novas embalagens de ração com novas quantidades de alimentos, diminuindo o desembolso do consumidor na compra.
Revista Pet Food Brasil – Como está sendo o desempenho de vendas na categoria nestes primeiros meses de 2022?
Fausto Pereira – Está dentro da expectativa, está crescendo menos que 2020X2021, mas a explicação disso foi que 2020 foi impactado pelo início da pandemia e com isso 2021 cresceu bastante.
Revista Pet Food Brasil – Quais são as perspectivas da empresa em relação a este segmento de rações para os próximos anos?
Fausto Pereira – As pesquisas de população de pets no Brasil mostram que o tamanho dos pets estão cada vez menores na casa dos tutores, os portes pequenos predominam e a presença de gatos na casa dos tutores está aumentando. A perspectiva que temos nos próximos anos é que o volume de ração comercializado tende a estabilizar, não haverá um grande crescimento, mas existirá uma migração para os produtos Super Premium, pois o tutor terá mais conhecimento e pensará mais na saúde e bem-estar animal.
PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA DA REVISTA PET FOOD.
PROIBIDO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL SEM AUTORIZAÇÃO DA EDITORA STILO.