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Tâmara Santos – O setor Pet Food na era on-line

Compras on-line de pet food crescem mais de 90% em volume.
Pesquisa da Kantar revelou também que gastos por ocasião e tíquete médio são duas vezes maiores que total do mercado.

Por: Lia Freire

Puxado pelo faturamento do pet food, o setor de produtos e serviços para animais de estimação deve chegar a um faturamento de R$ 49,9 bilhões em 2021. O levantamento do Instituto Pet Brasil (IPB) projeta o valor total do ano com base no 1º semestre, e representa uma alta de 22,1% em relação à movimentação do ano passado. Em comparação à previsão baseada no primeiro trimestre, houve aumento na projeção. A partir dos dados compilados até março de 2021, a expectativa era de R$ 46,5 bilhões em 2021.

Pet food, isoladamente, deve representar R$ 26,8 bilhões, ou 53% do faturamento. Em seguida vem a venda de animais de estimação diretamente dos criadores, movimentando R$ 5,6 bilhões (11,3% do faturamento, alta de 14% em relação a 2020); produtos veterinários (R$ 5,3 bilhões, 10,6% do faturamento do mercado, alta de 11%); serviços gerais (R$ 4,6 bilhões, 9,3% do mercado e 9,8% de crescimento); serviços veterinários (R$ 4,6 bilhões, 9,4% do mercado e 12,9% de crescimento) e produtos de higiene e bem-estar animal, o pet care (R$ 2,7 bilhões, 5,6% do mercado e 19,3% de crescimento). “Os números atualizados apontam que, mesmo com as dificuldades impostas pela crise que veio junto da pandemia, as famílias não deixaram de cuidar de seu pet “, comenta o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini.

Os pet shops pequenos e médios continuam a ser o principal canal de acesso aos produtos, representando praticamente metade de todas as vendas do setor (48%); seguidos por clínicas e hospitais veterinários (17,9%); agrolojas (10,2%); varejo alimentar (8,9%); pet shops de grande porte (7,4%); e-commerce (5,4%); e outros como clubes de serviço, lojas de conveniência, entre outros (2,2%).

Como destaque, o comércio eletrônico também continua a crescer, indicando uma mudança progressiva de hábitos das famílias que possuem pet em casa. Em 2020, esse canal de acesso representou 4,6% das aquisições de produtos, mas cresceu isoladamente 25% em relação a 2019.

Será sobre as compras on-line que iremos tratar nesta entrevista. Uma pesquisa realizada pela Kantar de agosto de 2020 a julho de 2021 aponta que as compras on-line de pet food crescem mais de 90% em volume e Tâmara Santos, executiva de contas da Kantar, divisão Worldpanel, traz mais detalhes.

Revista Pet Food Brasil – Quais foram os reflexos da pandemia para o mercado pet food?

Tâmara Santos – A pesquisa revelou que o mercado de pet food foi mais um entre os que foram impactados pela pandemia de Covid-19, porém com uma curiosidade: de forma positiva. Isso se deve aos novos lares que compraram ou adotaram bichinhos para trazer alguma alegria para o período. O segmento cresceu duplo dígito em valor de julho de 2020 a julho de 2021.

Revista Pet Food Brasil – Quais foram os canais de vendas escolhidos pelos consumidores para adquirir os produtos pet food?

Tâmara Santos – O e-commerce foi o grande destaque. O volume por compra aumentou 7,1%, enquanto no off-line caiu 1%. Vale ainda ressaltar que o tíquete médio no digital cresceu 12,3%, e a frequência de pedidos apresentou alta de 21,7%. No comércio físico, os valores são 10,4% e -2%, respectivamente. Mesmo com os números positivos, as compras on-line têm um longo caminho a percorrer até se tornar a principal opção na categoria. Embora o volume de pedidos tenha crescido 93,2% na comparação entre 2020 e 2021, eles representam apenas 1,6% do total. Isso significa que 98,4% do mercado de pet food ainda pertence ao off-line.

Revista Pet Food Brasil – Quais os tipos de alimentos mais adquiridos de maneira on-line?

Tâmara Santos – Ração seca foi o tipo de alimento mais adquirido de maneira on-line. No último período 86,8% dos lares que compraram pet food via e-commerce escolherem o segmento de ração seca.

Revista Pet Food Brasil – Qual o perfil de quem compra on-line?

Tâmara Santos – Trata-se de um público bem específico. De acordo com o recente levantamento, os proprietários de pet que preferem a plataforma digital são pais solteiros (32,3%), têm entre 30 e 39 anos (23,1%), fazem parte das classes A e B (53,5%) e possuem dois ou mais animais de estimação em casa (84,4%).

Revista Pet Food Brasil – Foram adquiridos mais alimentos para cães ou gatos?

Tâmara Santos – Ambos os alimentos para pets cresceram no último período, porém para cães registrou um aumento de 98% nas compras no último período.

Revista Pet Food Brasil – Qual é a análise sobre esta mudança no comportamento de compras on-line? É algo que veio para ficar no setor pet food?

Tâmara Santos – Apesar de crescer o número de compradores de pet food no canal on-line, ainda é uma pequena parcela da população brasileira que escolhe o e-commerce em detrimento das lojas físicas. Ou seja, ainda vemos que há espaço para o canal on-line se desenvolver no Brasil e conquistar novos compradores, entretanto para que isso aconteça é necessário superar algumas barreiras.

Revista Pet Food Brasil – E quais são as barreiras ainda encontradas para que os canais de vendas on-line ganhem impulso?

Tâmara Santos – Em uma pesquisa que fizemos foram apontada as seguintes barreiras:

1) 44% dos respondentes se incomodam com a ausência de um vendedor para tirar dúvidas
2) 33% não confia na compra on-line para inserir os dados pessoais e bancários
3) 19% declaram não encontrar, on-line, o sortimento ideal
4) 16% se preocupam com os atrasos na entrega e que isso não melhorará.

De toda forma, acreditamos que essa mudança no comportamento de compra está bastante atrelada a pandemia e aos momentos de lockdown onde as pessoas não estavam saindo de casa e optando por fazerem mais compras on-line. E quando perguntamos aos nossos respondentes se daqui para a frente eles têm a intenção de continuar no canal, 40% afirmam que pretendem manter as compras on-line ou até mesmo aumentá-las.

Revista Pet Food Brasil – Embora tenha havido este boom, as vendas off-line prevalecem neste mercado, qual seria a sugestão para quem trabalha na comercialização de pet food?

Tâmara Santos – Para aqueles que apenas trabalham no mercado off-line a dica é começar a investir no on-line. Iniciar via WhatsApp é uma boa abertura para o mercado on-line de alimentos para pets, uma vez que a ferramenta ainda é meio de democratização do e-commerce no Brasil.

Já para aqueles que trabalham no e-commerce, a dica é para se atentar as barreiras de compra que citamos anteriormente para superá-las e passar mais segurança ao comprador, de forma que ele opte em fazer a compra on-line com tranquilidade.

PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA DA REVISTA PET FOOD.
PROIBIDO A REPRODUÇÃO TOTAL/PARCIAL SEM AUTORIZAÇÃO DA EDITORA STILO

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