Sebo Jales – Reciclagem Animal
A processadora de subprodutos faz parte do Grupo Fuga Couros, que tem uma trajetória muito bem-sucedida de mais de sete décadas iniciada no Rio Grande do Sul com a atividade do curtume liderada pelo senhor José Fuga
Em setembro de 1947, na cidade de Marau (RS), um grupo de sócios, tendo José Fuga como maior empreendedor, deu origem ao Grupo Fuga Couros S/A, que iniciou como Curtume Marauense Ltda. A vida do seu José foi literalmente no curtume, tanto que a sua casa estava instalada dentro da área da empresa. Casou, criou nove filhos e acompanhou passo a passo a escalada de sucesso das empresas.
Do ramo de curtimento de couro bovino, a Fuga Couros expandiu sua atuação para áreas correlatas, se consolidando no processamento de subprodutos com as graxarias (Sebo Jales), no segmento de carne com os frigoríficos (FrigoSul Frigorífico Sul Ltda – Sul Beef); no mercado pet food (Fuga Pet); além de ampliar seus investimentos para o processamento de biodiesel (Biofuga) e agropecuária.
Falecido em 2001, o senhor José Fuga se faz presente por meio dos valores que incutiu com seu exemplo, não só nos seus descendentes diretos, mas também nos funcionários e colaboradores.
Nesta entrevista, o Gerente Geral das unidades de Graxarias da Fuga Couros, João Colombo fala sobre o mercado e a atuação do Grupo no segmento de reciclagem animal por meio da Sebo Jales, fundada na cidade de Dirce Reis (SP) em 1989 para coletar os resíduos de abate, açougues e couros bovinos dos matadouros que o Grupo Fuga Couros mantinha na região. Começou com 12 funcionários, capacidade de 240 toneladas por mês, produzindo sebo e farinha de carne e ossos bovinos para comercializar na região de São José do Rio Preto (SP), Araçatuba (SP) e Bastos (SP). A farinha era destinada para as granjas de frango de corte e poedeiras, enquanto o sebo seguia para saboarias da região. Hoje, são oito plantas produtivas com capacidade para absorver 50 mil toneladas por mês.
Revista Graxaria Brasileira – Qual é hoje o cenário do setor de graxarias?
João Colombo – Atualmente, com a redução nos abates dos frigoríficos, o segmento enfrenta uma crescente falta de matéria-prima, levando a constantes aumentos de preços. Estamos nos readequando aos volumes trabalhados, reorganizando a equipe de funcionários, turnos de produção e manutenção para ajustar as despesas e nos mantermos competitivos.
Revista Graxaria Brasileira – Quais as expectativas para os próximos anos?
João Colombo – Desejamos ver o segmento pecuário crescer ainda mais, ampliando abates, conquistando novas fronteiras, gerando matéria-prima para o segmento rendering, que hoje está trabalhando com uma redução de aproximadamente 40 %, nos permitindo desta forma contribuir ainda mais com o crescimento do nosso país, com a preservação ambiental e sustentabilidade.
Revista Graxaria Brasileira – Atualmente qual é a estrutura da Sebo Jales?
João Colombo – Atualmente, a setor de graxarias do Grupo Fuga Couros conta com 8 empresas localizadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Goiás. São aproximadamente 900 colaboradores e uma capacidade total para absorver 50 mil toneladas/mês, entretanto com a redução nos abates no último ano, a produção caiu 40%. São produzidas farinhas de carne e ossos bovinos, farinha de carne e ossos suína, farinha de vísceras, farinha de penas, farinha de sangue, sebo bovino, óleo de frango e banha suína.
Revista Graxaria Brasileira – O que diferencia a atuação da Sebo Jales da concorrência?
João Colombo – A pontualidade e o bom atendimento aliados à liquidez junto aos fornecedores, somado a qualidade dos produtos e preço justo aos clientes.
Revista Graxaria Brasileira – Quais foram os recentes investimentos realizados?
João Colombo – Recentemente o Grupo investiu cerca de R$ 30 milhões no setor, atualizando e modernizando seu parque fabril e a capacitação dos colaboradores, proporcionando um aumento considerável na qualidade dos produtos e diminuição nos custos para os nossos clientes.
Revista Graxaria Brasileira – Em relação as questões ambientais quais são os principais projetos de sustentabilidade encabeçados pela empresa?
João Colombo – Temos investido em tecnologias de ponta para melhorar cada vez mais a questão de odores, bem como, a eliminação de resíduos no sistema hídrico aliado a redução de consumo de material de combustão vegetal para otimização das nossas plantas, o que nos levou a investir na construção de biodigestores, que além de reduzir consideravelmente a carga orgânica dos efluentes, ainda gera material para combustão dos geradores de vapor, diminuindo aproximadamente 30% do material vegetal que normalmente era consumido.
Revista Graxaria Brasileira – Hoje qual é o principal negócio da companhia no mercado interno?
João Colombo – Atualmente, estamos focados na parceria com as empresas de biodiesel e saboarias, além do mercado de pet food.
Revista Graxaria Brasileira – Como foram os últimos anos para os negócios?
João Colombo – Nos últimos anos o setor de reciclagem animal vem se comportando dentro de altos e baixos no que tange os abates dos frigoríficos e, desta forma o fornecimento de matéria-prima segue oscilando, consequentemente os preços da farinha e sebo também oscilaram.
Chamamos a atenção para os anos de 2019 e 2020, que devido ao aumento do valor da arroba bovina levou um desfrute maior por parte dos pecuaristas na entrega de animais para os frigoríficos. Em 2020, apesar da pandemia, os abates foram bons, proporcionando um ano bom também para as empresas de reciclagem com o fornecimento regular de matéria-prima.
Revista Graxaria Brasileira – Quais os objetivos daqui para frente?
João Colombo – Para os próximos anos pretendemos focar na modernização tecnológica, vislumbrando baixar os custos de fabricação e modernização ambiental. Cremos que a exigência do mercado por produtos de mais qualidade e menos custos seguirá em uma crescente. No que tange a questão ambiental, a modernização tecnológica das empresas terá que promover um índice de preservação maior com o intuito de deixar para as futuras gerações um planeta terra ainda melhor daquele que encontramos.
PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA DA REVISTA RECICLAGEM ANIMAL – GRAXARIA BRASILEIRA.
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